Adam deu um sorriso discreto curvando os lábios no instante em que a voz de Elisa soou trêmula, baixa. Tudo à volta deles ficou em segundo plano.

Elisa piscou, o coração falhando. As lembranças vieram sem pedir licença. A imagem dele entrando no avião há dez anos atrás, a mochila nas costas, a promessa feita com um toque nos dedos dela e um “eu volto pra você” sussurrado ao vento.

Ela não conseguiu responder. Apenas o olhou, incrédula. Ele estava ali. Diante dela. Ainda mais atraente do que a memória ousava conservar.

— É bom ver que continua sendo um livro aberto.— disse ele, a voz rouca e envolvente, carregada com o mesmo sotaque familiar de quem já pertenceu a um lugar.

Eduardo, parado ao lado da porta, pigarreou propositalmente. Alto o suficiente para quebrar o feitiço.

Elisa corou. Um leve rubor subiu por seu pescoço até as bochechas. Disfarçou ajeitando os cabelos e endireitando a postura. Estendeu a mão com elegância.

— Seja bem-vindo, senhor Vascari. Fico feliz por