Ouvi uma batida leve na porta e ergui a cabeça que estava apoiada na poltrona. Era o Víctor.
— Oi… — ele falou baixinho. — Eu recebi alta e quis vir lhe ver…
— Como você está?
— Já estou pronto pra outra… — ele entrou mancando e segurando a barriga.
— Víctor, eu tenho que lhe pedir perdão…
— Não precisa, Helena, ambos somos adultos e donos das nossas escolhas!
— Eu juro que não foi de propósito, eu não imaginava que o Renato ia voltar… inclusive quando lhe chamei era só para conversarmos…
— Eu sei, mas o tiro foi por uma boa causa! — ele sorriu, malicioso.
— Não brinque com isso!
— Como está o garoto? — ele apontou para o Tiago, que dormia.
— Perdeu um rim, mas já está se recuperando.
— Eu soube que meu pai doou sangue.
— Sim, na verdade ele salvou a vida do meu filho. — Pelo jeito ninguém havia contado que ele era o pai. Melhor assim.
— Que bom, eu tenho o mesmo sangue que o meu pai, se estivesse em condições, certamente teria doado!
— Eu sei…
— Com licença! — Era o médico, que vi