Eu queria que as coisas mudassem.
Eu queria acordar e não sentir mais essa raiva presa no meu peito, esse gosto de sangue na boca toda vez que eu via o nome da Adeline estampado em mais uma matéria, em mais uma porra de reportagem celebrando a volta dela. Como se ela fosse uma fênix, e eu o vilão de novela que todo mundo se orgulha de ter derrubado.
Mas eu não era vilão. Eu só queria o que era meu de volta.
E vendo aquela maldita transmissão da festa de inauguração do Santa Amélia... eu soube. Aquela era a minha chance.
Amanda estava lá. E Amanda... ainda era minha.
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O hospital estava iluminado, elegante, novo em folha. A façada era toda de vidro, refletindo as luzes do evento. Tinha tapete vermelho, imprensa, flashes, música instrumental ao fundo. Tudo sofisticado demais, quase surreal.
Consegui entrar com Amanda. Claro que ela hesitou. Disse que talvez fosse melhor eu não ir, que seu pai não gostaria. Mas eu fui gentil. Acariciei o rosto dela. Disse que precisava ver de perto. Dis