Na manhã seguinte, o pátio parecia um formigueiro. Deborah caminhava de um lado a outro com a prancheta apertada contra o peito, coordenando voluntários e militares que descarregavam móveis simples: colchões enrolados em plástico, algumas cadeiras, duas mesas de madeira clara.
— Hoje é dia de mudança — disse ela, assim que me viu.
— Quem vai pra casa nova? — perguntei, sentindo o peito aquecer.
— A família da senhora Inez — respondeu. — Eles não têm pra onde voltar. Decidiram ficar aqui de vez.
Assenti devagar. Aquilo tornava tudo real. Não era só promessa. Não era só um abrigo. Era o começo de algo permanente.
June apareceu ao meu lado, com o cabelo preso num coque que já se desfazia.
— Você reparou que ninguém aqui chama mais de base? — comentou. — Todo mundo fala vila. Como se já fosse outra coisa.
— Talvez seja — murmurei.
Callum se aproximou, os braços cruzados sobre o peito.
— Preciso de ajuda pra montar as camas — disse ele, olhando pra mim com aquele jeito tranquilo que pareci