Capítulo 53

Na manhã seguinte, o pátio parecia um formigueiro. Deborah caminhava de um lado a outro com a prancheta apertada contra o peito, coordenando voluntários e militares que descarregavam móveis simples: colchões enrolados em plástico, algumas cadeiras, duas mesas de madeira clara.

— Hoje é dia de mudança — disse ela, assim que me viu.

— Quem vai pra casa nova? — perguntei, sentindo o peito aquecer.

— A família da senhora Inez — respondeu. — Eles não têm pra onde voltar. Decidiram ficar aqui de vez.

Assenti devagar. Aquilo tornava tudo real. Não era só promessa. Não era só um abrigo. Era o começo de algo permanente.

June apareceu ao meu lado, com o cabelo preso num coque que já se desfazia.

— Você reparou que ninguém aqui chama mais de base? — comentou. — Todo mundo fala vila. Como se já fosse outra coisa.

— Talvez seja — murmurei.

Callum se aproximou, os braços cruzados sobre o peito.

— Preciso de ajuda pra montar as camas — disse ele, olhando pra mim com aquele jeito tranquilo que pareci
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