No dia seguinte, o vento começou a soprar cedo, antes mesmo de o sol ganhar força. Eu acordei com a lona do alojamento batendo contra a parede de metal, fazendo um ruído grave que parecia prenúncio de alguma coisa maior.
June já estava sentada na beirada da cama, prendendo o cabelo num coque torto.
— O céu tá com cara de confusão — disse, esticando o pescoço pra espiar pela fresta da porta.
— Vai chover? — perguntei, tentando controlar a ansiedade que sempre me acompanhava quando o tempo mudava.
— Parece que sim — respondeu. — E vai ser daquelas de molhar até pensamento.
Eu ri, mas o estômago deu um nó pequeno. Tempestade ainda era uma palavra que me tirava o ar.
Quando saímos, o pátio estava diferente. O vento levantava poeira em redemoinhos curtos, e as novas tendas balançavam, rangendo nas amarrações. Alguns voluntários circulavam com cordas extras, reforçando as estacas no chão. Deborah falava com Nico perto do galpão, o semblante sério.
— Devíamos ajudar — disse, já seguindo na d