Capítulo 37 — É seu pai, princesa.

POV Matthias Kane

O quarto ainda cheirava a nós dois. Pele quente, suor, perfume doce e pecado. Sophia estava deitada sobre meu peito, os dedos traçando círculos preguiçosos na minha pele, como se o mundo tivesse parado. E, por alguns minutos, parou.

— Você vai acabar me matando assim — murmurei, arfando, com um meio sorriso no canto da boca.

— É você quem me mata primeiro, Kane… — ela respondeu, voz baixa, olhos fechados, como se quisesse se enterrar em mim.

Afaguei os cabelos dela. Meus dedos brincavam na curva da cintura, a outra mão repousava sob a coxa macia dela, ainda entrelaçada na minha.

— Você é problema demais para pouca paz que eu tinha.

— E você é vício demais para alguém que queria se curar.

Ela sorriu, sonolenta, e beijou meu peito. Paz maldita e deliciosa.

TUM TUM TUM.

A batida na porta foi um trovão. Não uma. Não duas. Três vezes, secas. Fortes. Militares. Meu corpo reagiu antes da mente. Saí da cama num pulo, peguei a arma no criado-mudo por instinto.

— Que merda… —
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