A sexta-feira amanheceu abafada, como se até o céu soubesse que o dia traria mais calor do que só o do sol. Isadora acordou antes do despertador, o corpo cansado e a mente em turbilhão. Não conseguia esquecer a conversa da noite anterior, tampouco o modo como Lorenzo a olhara. Não era só desejo — havia algo mais ali. Algo que ela temia reconhecer.
Durante o café da manhã — pão amanhecido, café preto e um pouco de ansiedade — ela se pegou encarando o nada, como quem espera uma resposta que não chega. Suspirou, ajeitou os cabelos num coque improvisado e vestiu a melhor versão de si: salto firme, roupa impecável e um leve batom rosa. A armadura diária.
Na empresa, o ambiente parecia o mesmo, mas tudo nela havia mudado.
Assim que chegou à sua mesa, viu que havia uma pequena caixa sobre o teclado. Sem remetente, apenas um laço dourado simples e elegante.
Olhou em volta. Ninguém parecia prestar atenção. Com cuidado, abriu a caixa. Dentro, um chaveiro de cristal com um pingente em for