O quarto ainda exalava o cheiro de hospital, mas para Isadora, agora, tudo parecia diferente. A claridade que entrava pela janela não doía mais nos olhos, e o silêncio entre ela e Lorenzo não era vazio — era cheio de significados, de tudo o que precisava ser dito com o coração.
Ela estava fraca, sim. Ainda sentia o corpo pesado, as dores espalhadas como lembretes da tragédia. Mas havia algo mais forte pulsando dentro dela: a vontade de recomeçar. O medo ainda rondava sua mente, mas agora ele não era maior que a esperança.
Lorenzo ajeitou os travesseiros atrás das costas dela com todo o cuidado do mundo. Era estranho vê-lo assim — tão gentil, tão presente, tão longe daquele homem que ela conhecera no início. Aquele homem arrogante, impenetrável, que usava a frieza como armadura. Agora, ele parecia nu diante dela, despido de orgulho, mas revestido de amor. A armadura caiu. E o que restou era mais bonito.
— Precisa de alguma coisa? — ele perguntou, com a voz suave.
— Só de você aqui — el