O som do salto de Isadora ecoando no jardim ainda reverberava na mente de Lorenzo. Mas não foi o som que o abalou. Foi a imagem.
Ela caída. Sozinha. Com os olhos marejados como se algo dentro dela tivesse sido arrancado à força.
Ele viu. Viu tudo. E sentiu o baque como um soco direto no estômago.
Virou-se para Helena. A mulher à sua frente tinha o mesmo olhar calculista de sempre, mas agora tingido de uma falsa inocência. Ela ainda mantinha o sorriso cínico no rosto, como se tivesse vencido.
Mas Lorenzo não era mais o homem que ela manipulava.
— Você não tinha o direito — ele disse, com a voz embargada de raiva. — O que você fez hoje… eu não vou deixar passar.
O sorriso de Helena vacilou.
— Lorenzo, eu só quis—
— Cala a boca, Helena. — Ele avançou um passo, o olhar cravado nela. — Você acha que ainda tem algum poder sobre mim? Você acha que eu sou o mesmo idiota de antes?
Ela empalideceu.
— Eu te odeio. — Ele deixou cada palavra sair como uma sentença. — Odeio tudo o que voc