— Carol, não se exalte. Deixe seu tio terminar de falar. — Disse Cátia, tentando me acalmar.
João ajeitou os óculos sobre o nariz e, com a voz calma, disse:
— Carol, se eu dissesse que nunca quis a morte do seu pai, você acreditaria?
Felipe já tinha deixado tudo claro. Agora ele queria mudar a história? Eu decidi ouvir o que ele tinha a dizer.
— Seu pai tinha um talento para negócios que eu nunca tive. Mas ele não queria ser meu sócio, preferia trabalhar sozinho. Eu sabia que, se ele decidisse entrar no mercado, o futuro de Cidade A seria dele. — João fez uma pausa antes de continuar.
— As pessoas são egoístas por natureza. E comigo não foi diferente. Além de inveja, comecei a alimentar ressentimento por ele. Para mim, o fato de ele não querer trabalhar comigo era porque ele não me considerava bom o suficiente, porque queria ficar com todo o lucro para si. Enquanto eu ainda estava frustrado com a recusa dele, ele conseguiu fechar o contrato com Felipe. Era um contrato que eu