A sala principal da Mansão Martins estava iluminada como de costume.
Diferente de outras vezes, Cátia, ao me ver, não demonstrou a mesma empolgação de sempre. No lugar disso, o que vi em seu rosto foi puro nervosismo.
João estava sentado em sua poltrona habitual, imóvel. Desde que ficou gravemente doente, ele havia emagrecido bastante, e seus cabelos brancos estavam mais numerosos do que nunca.
Quando ele nos viu entrar, seu semblante permaneceu inalterado.
Cátia, claramente desconfortável, levantou-se apressada.
— Carol, George, vocês vieram.
— Tia, tio. — Cumprimentei-os como sempre fazia, com a mesma formalidade de antes.
João fez um gesto indicando que eu me sentasse. Logo, a governanta apareceu trazendo café e alguns petiscos.
— Você está machucada? — João foi o primeiro a falar.
Eu queria responder que não, mas o ardor nos pulsos me traiu. Os hematomas deixados pelas horas de amarração eram evidentes.
Cátia também percebeu. Ela estendeu a mão, num gesto hesita