HARRY RADCLIFFE
O ambiente da sala de visitas é bem opressivo. Um tom de cinza uniforme cobria as paredes e o teto, iluminado por luzes frias, brancas demais, que faziam doer nos olhos se expostos demais. O que era irónico, é que havia algo naquele tipo de iluminação que parecia intensificar o vazio de tudo à volta, e para variar, a sala não tinha janelas, apenas uma mesa de madeira escura ao centro e duas cadeiras de cada lado, como se estivessem se preparando para um duelo silencioso.
Sentei-me com calma.
As minhas mãos ajustaram os botões do meu paletó azul-marinho, com movimentos lentos, esperando que assim o tempo passasse o mais rápido possível.
Quando Herodes esteve preso, eu só havia o visitado uma única vez, com a minha mãe; acho que era uma tentativa dela me fazer acreditar, e ela própria acreditar também, que as coisas seriam diferentes, mas não foram, e por isso, aquela foi a última vez que pisei dentro de uma penitenciária.
Recostei-me na cadeira e deixei os meus olhos p