A luz tênue da manhã filtrava-se pelas frestas da cortina, mas Alicia não se movia. A febre havia baixado um pouco durante a madrugada, mas agora o corpo parecia feito de chumbo. Um cansaço insuportável a esmagava contra os lençóis, como se algo dentro dela estivesse drenando suas forças com delicada brutalidade.
O enjoo voltava em ondas. O estômago estava vazio, mas revirava como se estivesse em guerra. Pensou em se levantar para pegar água ou ao menos carregar o celular, que já estava morto desde a noite anterior. Mas nem isso conseguiu. Apenas permaneceu ali, olhos fechados, pele fria e úmida, o corpo coberto por um moletom que já começava a pesar como armadura.
Quando finalmente adormeceu, foi despertada de forma brusca.
A campainha soava insistente, cortando o silêncio da casa como uma sirene.
Alicia gemeu baixinho. Sentou-se com dificuldade, apoiando os braços nos joelhos. Sua visão escureceu por um instante. Com esforço, caminhou até a porta, tropeçando em uma almofada caída.
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