O corredor era estreito demais para conter a tensão. Pravat sentia o ar pesado, como se cada passo que dava pelas escadas da mansão não o levasse apenas a um encontro, mas a um confronto inevitável com tudo que vinha evitando até ali. À sua frente, Bela andava decidida, os olhos atentos a cada detalhe. Desde que chegaram a Bangkok, havia algo pairando sobre eles — um tipo de alerta invisível que parecia pulsar nas paredes, nas palavras e, principalmente, nos silêncios.
A porta do segundo andar se abriu devagar, revelando um salão decorado com o mesmo cuidado ancestral da mansão. Móveis antigos, quadros de família e porcelanas cuidadosamente posicionadas pareciam assistir silenciosamente os dramas daquela linhagem. Pravat conhecia bem aquele ambiente, mas não o visitava havia anos. Não desde que seu pai fora sepultado sem maiores honras, em um funeral que mais parecia um expediente empresarial.
A família estava reunida. Tios, primos, cunhados. Todos eles com olhares que mesclavam surpr