A noite em Bangkok tinha um cheiro denso de incenso, fuligem e história. Do alto do templo Wat Saket, também conhecido como Golden Mount, o vento quente sussurrava entre as estátuas de pedra como se carregasse os segredos de séculos passados. O brilho alaranjado da lua tocava os telhados dourados, criando sombras longas que pareciam se mover por conta própria. O ambiente sagrado parecia suspenso no tempo, como se aguardasse, com paciência milenar, por aquele exato momento.
Pravat e Bela subiram os últimos degraus da colina com cautela. As lanternas penduradas tremeluziam fracamente, dando ao lugar um ar etéreo. Não havia turistas, nem monges. Apenas o silêncio cortante e o som dos próprios passos ecoando entre as paredes ancestrais.
— Tem certeza que era aqui? — sussurrou Bela, o olhar atento varrendo as sombras.
Pravat assentiu, os olhos fixos no altar principal ao fundo. O papel amassado ainda em seu bolso era claro: “Me encontre à meia-noite no Wat Saket. Venha sozinho. — A.”
Mas e