Lívia desceu para o café da manhã mais tarde que o habitual. A noite anterior ainda ecoava na sua mente — ou melhor, o sonho. Não era a primeira vez que Arthur invadia seus pensamentos, mas nunca com tamanha intensidade. O problema era que, mesmo sabendo que aquilo não passara de uma ilusão, seu corpo ainda reagia como se tivesse sido real.
Ao entrar no salão, sentiu o olhar dele de imediato. Arthur estava sentado à mesa com alguns colegas da equipe, o celular em mãos, mas a postura rígida denunciava que ele havia notado sua chegada. Ainda assim, não fez o menor esforço para cumprimentá-la.
Lívia respirou fundo e se serviu de café, tentando ignorar o peso daquela distância. Estava prestes a escolher uma mesa afastada quando ouviu a voz de Beatriz, doce e afiada como vidro polido.
— Bom dia, Lívia. Dormiu bem? — perguntou, com um sorriso que não alcançava os olhos.
— Dormi sim, obrigada — respondeu, medindo cada palavra.
Beatriz a avaliou dos pés à cabeça. — Que bom… porque com es