Lívia estava no corredor do hotel. A luz era baixa, dourada, e o silêncio só era quebrado pelo som abafado de passos. Arthur estava no final do corredor, de costas, mas como se soubesse que ela o observava, virou-se devagar. O olhar dele a atravessou como se fosse capaz de ler tudo que ela escondia.
Ele se aproximou. Cada passo parecia mais lento que o anterior, e ainda assim o ar entre eles ia ficando cada vez mais denso. Quando parou diante dela, tão perto que o ombro dele quase encostava no seu, o perfume dele tomou conta do espaço.
— Achei que estava dormindo — disse, a voz baixa, rouca.
— Não consigo — respondeu ela, sem perceber que estava prendendo a respiração.
Arthur ergueu uma das mãos, roçando de leve os dedos na lateral do rosto dela. O toque foi suave, mas elétrico. A cada movimento dele, o mundo ao redor desaparecia.
Ele inclinou-se, e os lábios quase encostaram nos dela. A respiração quente dele fez seu coração acelerar. Lívia sentiu a própria pele arrepiar quando