Chegar em São Paulo depois de alguns dias fora era como abrir a porta do armário e levar um choque térmico. Curitiba tinha sido organizada, fresca, quase fria. Aqui, tudo era intensidade. Desde o calor sufocante até o abraço apertado que Caio me deu no aeroporto.
Ele estava me esperando de camiseta preta colada no peito e um sorriso escancarado que fez meu estômago girar de saudade.— Senhorita executiva voltou — ele disse, abrindo os braços.— Voltei e morrendo de saudade de você — respondi, largando a mala e indo direto para ele.Nos beijamos como se não nos víssemos há semanas, quando na verdade foram só três dias e meio. Mas algo em nós dois fazia tudo parecer mais intenso — até o tempo.— Você está com cheiro de aeroporto, saudade e café — comentou, enfiando o rosto no meu pescoço.— Eu só aceito o elogio da saudade. Os outros são ofensivos.— Eu senti tanto a sua falta que até o seu cheiro de aeroport