Acordei com a luz suave da manhã atravessando as frestas da cortina e o cheiro de café se espalhando pela casa. Por um segundo, pensei que ainda estava no hotel em Curitiba. Mas o peso gostoso do meu próprio travesseiro, o som do trânsito ao fundo e o calor familiar do loft me lembraram: eu estava em casa.
E mais importante: Caio estava por aqui em algum lugar.— Bom dia, preguiçosa — ouvi a voz dele vindo da cozinha, antes mesmo de abrir os olhos direito.Me espreguicei devagar, sentindo a leve dor nos ombros por causa da tensão acumulada da viagem.— Bom dia, meu barista favorito — respondi, me levantando devagar e indo até ele, de camisola e cabelo bagunçado.Ele me entregou uma xícara fumegante, me dando um beijo estalado na testa.— Vai aproveitar a folga hoje?— Vou. Depois de três dias fora, só quero andar descalça, desfazer a mala e planejar sua sentença.— Minha sentença?— Ex