LARA
Acordei com o som de risos abafados na cozinha e o cheiro de café se espalhando pelo apartamento de Lana. A primeira coisa que senti foi o coração bater diferente — apertado e eufórico. A segunda, foi uma espécie de vazio cheio: hoje meus pais não estariam comigo. E ainda assim, era o dia mais importante da minha vida.
Hoje eu casaria com Caio.
Levantei devagar, tentando manter a respiração sob controle. Era como se o corpo já soubesse que tudo estava prestes a mudar. E ele não sabia se corria ou congelava.
Na cozinha, Lana já estava à frente do caos organizado. Uma das minhas tias-avós derrubava açúcar na toalha, a outra colocava flores demais na mesa do café e dizia que “era pra dar sorte”.
— Dormiu? — perguntou Lana, me olhando com aquele olhar de irmã postiça preocupada.
— Tentei. Dormi um pouco. Acordei suando. Pensei em fugir. Mas aí lembrei que ele ia estar me esperando. E então... eu quis correr até ele.
Ela sorriu como se fosse chorar. Mas se segurou