49. Minha Esposa
Sophie Williams Volkova
O café da manhã foi um desafio em forma de silêncio e olhares cortantes.
Victoria e James me observavam com a frieza habitual — os olhos dela, duros como aço; os dele, pesando sobre mim com julgamento.
Mikhail, por sua vez, manteve-se econômico nas palavras: respondeu apenas o que lhe perguntaram e, em determinado momento, informou que iríamos embora amanhã.
Aquilo me trouxe um alívio quase imediato.
Voltar a Moscou é como voltar a respirar.
Mudar de país me forçou a casar com um mafioso — alguém preso às sombras do passado… mas que, ironicamente, me trouxe algo que nunca tive: um lar.
Com os Volkov, encontrei pessoas que, apesar das cicatrizes e do sangue nas mãos, se importam de verdade. Eles se tornaram minha família.
Convivendo com eles nos últimos meses, entendi o quanto são afetuosos uns com os outros — e, de forma inesperada, comigo também.
— Você não vai comer? — a voz baixa de Mikhail me arranca dos pensamentos.
Ergo os olhos devagar, apenas