39. Doce e Quente
Mikhail Volkov
Hoje, quando acordei, ela estava nos meus braços.
Como das outras vezes. Como se aquele corpo tivesse sido moldado para encaixar no meu. Os cabelos dourados espalhados pelo travesseiro, uma mecha em cima do meu peito. A respiração dela ainda calma, quase inocente — como se tudo entre nós fosse puro, quando estávamos longe do caos.
O cheiro dela, doce e quente, ainda estava impregnado na minha pele. Um perfume que grudava na alma, não só no corpo. Aquela mulher era uma maldição bem vestida. Uma tentação feita sob medida.
Ela vai ser a minha ruína. Já está sendo.
Mas nem tudo era paz naquele quarto. O ataque da noite anterior ainda pairava sobre nós como uma sombra espessa, densa demais para ignorar, a dor de cada homem perdido martelava nos meus ouvidos. Reforcei a segurança da mansão, dobrei as patrulhas, aumentei o número de armas nos perímetros. Os homens que sobraram estavam em alerta máximo, como cães prestes a atacar. O clima era de guerra silenciosa — e nós está