29. Sangue dos Inimigos
Os olhares se cravam em mim no exato instante em que cruzo a porta da sala de reuniões da mansão. Sinto o peso de cada par de olhos como lâminas afiadas, deslizando sobre mim em silêncio. Examino cada rosto com atenção cirúrgica — buscando qualquer traço de inquietação, qualquer hesitação sutil, qualquer indício de traição. Alguém aqui tentou me derrubar. E eu vou descobrir quem.
— Boa tarde, senhores. — Minha voz rompe o silêncio como aço contra mármore enquanto caminho em direção à cabeceira da mesa. Lá está Roman Volkov, meu pai. Seu rosto continua inexpressivo, blindado por uma neutralidade que aprendi a temer e admirar. Esse é o homem que ergueu impérios sem jamais deixar escapar uma emoção.
— Sente-se, Mikhail. — Sua voz grave preenche o ambiente com a autoridade de décadas de poder. Ele aponta para a cadeira que um dia foi dele. — Hoje, você assume oficialmente o lugar que sempre foi seu. E também escolhe quem será seu Sovetnik.
Assinto, sem pressa. Meus olhos percorrem novamen