Lizandra
O sol mal nasceu, mas a mansão Lambertini já pulsa com uma energia diferente. Sábado de manhã e, mesmo antes do café ser servido, eu sinto a tensão no ar, não uma tensão ruim, mas aquela expectativa carregada de promessas, como se algo grande estivesse prestes a acontecer. Eu sei o que é. Todos nós sabemos.
Sentados em volta da mesa imensa da sala de jantar, o Don Vittorio pigarreia, quebrando o burburinho suave das conversas matinais.
— Precisamos falar sobre o casamento! — ele anuncia, a voz firme, mas com um brilho nos olhos.
— Precisamos antecipá-lo.
Por um segundo, o silêncio reina. Depois, como uma explosão bem orquestrada, as gêmeas, Alice e Alicia, pulam nas cadeiras, comemorando como se tivessem acabado de ganhar um prêmio.
— Podemos cuidar da decoração! — grita Alicia, batendo palmas.
— Vai ser como um conto de fadas! — Alice completa, já cheia de ideias.
Lizandra sorri, as bochechas coradas, claramente feliz, mas sua voz suave corta a empolgação das gêmeas.
— Eu a