Acordei com a cabeça latejando e a boca seca como se eu tivesse mastigado algodão durante a noite.
Luz demais. Barulho demais. Vida demais.
Rolei na cama e grunhi como um animal ferido, tateando com uma das mãos a garrafa d’água que deixei ao lado. Bebi o líquido morno como se fosse o elixir da imortalidade. Depois, enterrei o rosto no travesseiro, tentando lembrar por que, exatamente, minha cabeça parecia ter sido pisoteada por um boi.
Demorou alguns segundos.
A cerveja.
O hambúrguer.
Minha mãe me contando que teria vivido em trisal nos anos 70 como quem comenta a previsão do tempo.
E... meu Deus.
As mensagens.
Sentei com um tranco na cama.
— Não… não, não, não — murmurei, sentindo o pânico subir como uma onda.
Peguei o celular que estava largado sobre o criado-mudo. A tela acendeu e, ali, no topo das notificações, as mensagens deles. O ícone de mensagem ao lado de cada nome parecia brilhar como uma sirene vermelha.
Me amaldiçoei mentalmente.
Respirei fundo.
Toquei primeiro na conver