Ponto de Vista: Luca
Ela ainda estava colada a mim quando a puxei pela mão, sem uma palavra, guiando-a até o meu quarto.
As luzes estavam baixas, o ambiente em silêncio, mas carregado por tudo o que ainda não havíamos dito – e tudo o que já sentíamos. Assim que fechamos a porta, parei e encarei Sara.
Ela parecia nervosa. As bochechas coradas, os lábios ligeiramente inchados, os olhos ainda dilatados de desejo. Mas não havia medo nela. Apenas algo que eu conhecia bem: a expectativa antes do mergulho.
Aproximei-me devagar, sem pressa, e parei bem à sua frente. Toquei seu rosto com delicadeza, deslizando o polegar pela linha do queixo até o canto da boca.
— Você tem certeza?
Ela respirou fundo, depois assentiu.
— Sim. Eu tenho. Mas precisamos usar proteção.
Sorri de canto.
— Claro, bella. Sempre.
Beijei-a de novo. Dessa vez com mais calma. Um beijo profundo, de descoberta, como se eu ainda estivesse aprendendo o sabor dela. E talvez estivesse. Beijei seu pescoço, sua clavícula.