POV de Luca
A mansão estava silenciosa demais. Matteo havia saído para lidar com um fornecedor que insistia em agir como se nós fóssemos iguais. Nico devia estar perambulando em algum canto, procurando confusão ou flertando com a morte. E Sara...
Sara estava quieta demais.
Revirei o copo de uísque que não queria beber e fui até o segundo andar. Não porque me preocupo com garotas indefesas. Mas porque algo nela incomoda a parte mais racional de mim. Aquela mulher carrega perguntas demais nos olhos. E heranças demais no sobrenome.
Quando empurrei a porta entreaberta do meu escritório, percebi de imediato: ela estava lá.
De costas, debruçada sobre a escrivaninha. A luz do abajur iluminava os traços do rosto tenso, concentrado. Ela não fazia ideia de que eu observava. Estava lendo. Anotando algo.
Em documentos meus.
— Você está perdida, Doutora? — perguntei, a voz baixa e cortante.
Ela congelou. Devagar, virou-se. Os olhos castanhos arregalados encontraram os meus. Por um instante,