Capítulo 11
POV LUCA

Depois que ela saiu da sala, ficou um cheiro de tempestade e doçura. Não sei que perfume é aquele que Sara usa, mas tem o estranho efeito de permanecer mesmo quando ela já não está. Como se o próprio ar se recusasse a deixá-la ir.

Recolhi os papéis que ela deixara sobre a mesa. Nenhum dano. Nenhuma cópia. Mas ela viu demais. E isso podia significar duas coisas: ou ela se tornaria uma aliada... ou uma vulnerabilidade.

Matteo entrou sem bater. Claro. O idiota nunca soube o que significa privacidade.

— Ela mexeu nos arquivos, não foi? — ele disse, jogando-se no sofá de couro ao lado.

— Você estava ouvindo?

— Eu ouço tudo. E você fala alto demais quando está nervoso.

Não respondi. Enchi o copo de novo.

— E então? Vai dar um sumiço nela ou...

— Ou eu deixo ela se tornar o que precisa ser.

Matteo franziu o cenho.

— Isso não soa como você.

— Não sei se ainda sei quem sou, para falar a verdade.

Ele riu com desdém.

— Poético. Você acha que ela vai querer ficar quando sou
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