O caminho até a aldeia destruída era uma ferida aberta no tempo de Aedan. Cada passo em direção ao lugar onde nascera e perdera tudo trazia de volta memórias fragmentadas — o riso de sua mãe, o cheiro de madeira queimada, o som abafado dos gritos que encerraram sua infância. Elena, caminhando ao seu lado, apertava sua mão com firmeza. Não havia palavras que pudessem aliviar o peso daquele retorno. Mas sua presença era suficiente para manter Aedan ancorado.
Ao longe, as árvores começaram a rarear, dando lugar a um campo ressecado onde os escombros da aldeia repousavam como um cadáver antigo. Nada restava além de pedras enegrecidas e estacas retorcidas. O ar ali era mais frio, mesmo sob o sol do meio-dia. Como se o próprio tempo recusasse curar aquela terra.
— Foi aqui — disse Aedan, a voz rouca. — Aqui... onde tudo terminou.
Kaela avançou, farejando o ar. Seus sentidos de loba estavam alertas, e algo a incomodava.
— Não estamos sozinhos.
Antes mesmo que ela terminasse a frase, uma figu