O beijo à beira do lago marcou o início de um novo ciclo, mas a tranquilidade que se seguiu era frágil como vidro fino sob as patas de uma alcateia faminta. Aedan despertava a cada dia como se a vida fosse uma pintura inacabada — e Elena, com sua paciência e amor, coloria aos poucos os contornos do que ele fora. No entanto, mesmo entre risos suaves e olhares ternos, uma inquietação se aninhava nos cantos da floresta.
Kaela sentia isso primeiro. A magia antiga, mesmo selada, deixava rastros. Marcas nas folhas, murmúrios no vento, distorções nos sonhos. Na noite anterior, ela sonhara com a Pedra do Eco Lunar rachando ao meio e uma criatura envolta em sombras caminhando por entre as árvores, arrastando correntes forjadas com palavras esquecidas. Ao despertar, sua pele estava coberta de suor e o símbolo da Guardiã de Véus ardia como fogo sob sua clavícula.
Lucas, por outro lado, tentava manter o clã unido. Depois do ritual, muitos jovens começaram a questionar o destino que os aguardava.