O vento no vale dos Ancestrais não era como em nenhum outro lugar. Ele não apenas soprava — ele falava. Em cada rajada, Elena ouvia sussurros que vinham das pedras, das raízes, da própria terra. Era como se o passado tentasse emergir a cada passo, como se a história dos lobisomens não estivesse enterrada, mas apenas adormecida sob a pele do mundo.
Kaela caminhava à frente, os olhos atentos às marcas ancestrais entalhadas nas rochas. O caminho era quase invisível, coberto por musgo e tempo. Somente os Guardiões sabiam como alcançá-lo sem despertar a fúria dos espíritos que ali habitavam.
— Este lugar não foi feito para os vivos — disse Lucas em voz baixa, segurando o punhal contra o peito. — Sinto como se estivéssemos sendo observados desde que cruzamos a trilha.
— Estamos — respondeu Kaela. — Os Guardiões do Sopro não protegem apenas o fragmento. Eles protegem a Verdade. E ela é mais perigosa que qualquer arma.
Aedan permaneceu em silêncio, mas sua expressão estava tensa. Havia algo n