O frio já não incomodava Aedan. A neve derretia sob seus pés como se sua presença corrompesse a própria natureza ao redor. As árvores, antes verdes mesmo no inverno, estavam agora retorcidas, como se fugissem de algo invisível. E em seu peito… algo pulsava. Um ritmo antigo, um tambor surdo que batia no mesmo compasso de seu coração.
"Você sempre foi meu", sussurrava a voz em sua mente. "Eles apenas te afastaram do que era seu por direito."
Aedan apertou os olhos, tentando silenciar o eco. Mas era inútil. A entidade estava dentro dele. Não como os conselheiros, que o manipularam de fora, mas como um vínculo de nascimento, um parasita que finalmente acordara. Algo selado em sua linhagem há milênios.
— Eu não sou você — disse em voz alta, os dentes cerrados. — Não vou ser sua arma.
A resposta foi um riso grave. Uma sensação gélida atravessou sua espinha.
"Você já é. Eu só preciso... acordar o que está dormindo. E você sabe como."
De repente, os olhos de Aedan arderam. Ele viu uma imagem