O silêncio era absoluto.
Elena flutuava em um espaço sem tempo, sem chão, sem céu. Apenas uma vastidão de névoa dourada e sombras prateadas. Sentia o coração batendo em algum lugar distante, como o eco de um tambor enterrado sob mil camadas de terra.
Ali, o peso do corpo não existia. Tampouco dor ou medo. Mas havia… uma presença.
— Elena — chamou uma voz suave, como o sussurro de vento entre folhas antigas. — Você cruzou o limite. E sobreviveu.
Ela girou em meio à névoa, e então a viu.
Selene.
A mulher tinha cabelos longos como fios de luar, e olhos que refletiam estrelas esquecidas. Usava vestes lunares com símbolos vivos, pulsando em ritmo com o próprio universo. A mesma mulher das visões… e agora, inegavelmente, uma versão ancestral dela mesma.
— Eu sou você, Elena. E você… é a continuação de tudo que fui.
— Estou morta? — sussurrou Elena.
— Ainda não. Este é o Véu da Origem, onde memórias e futuros se tocam. Só aqueles que aceitam sua verdade podem atravessá-lo. Você foi marcada p