O caminho até o Covil do Vento Partido era tortuoso, cercado por penhascos escarpados e neblina espessa. Os mais antigos diziam que a trilha só se revelava àqueles dispostos a encarar a própria loucura. A trilha não era apenas física — era um teste da alma.
Elena, Lucas e dois guardas de confiança desciam em silêncio, guiados por marcas antigas esculpidas nas pedras. Era o último clã. Os Uivadores da Névoa. Reclusos, imprevisíveis, e com uma reputação temida até pelos guerreiros mais bravos. Diziam que viviam à beira da ruptura — nem homem, nem lobo, mas algo no meio. Fragmentados pela maldição da lua.
E mesmo assim, Elena sabia que sem eles, não venceria.
Ao cruzar o arco de raízes entrelaçadas, o ar mudou. Um frio cortante atravessou suas vestes, e vozes sussurrantes ecoaram entre os galhos, como se a própria floresta estivesse testando sua sanidade. Lucas a seguiu de perto, olhos atentos, músculos tensos.
— Eles estão nos observando — disse ele, em voz baixa.
— Eles sempre est