Valentina sempre soube que o casamento com Dante era uma negociação. Um jogo de interesses. Um contrato. Mas, nos últimos dias, ficou claro que ele jogava para vencer — custasse o que custasse.
A cena no carro após o evento a deixou com gosto amargo na boca. Não por ter sido repreendida como uma adolescente inconsequente, mas porque ficou evidente que Dante nunca a veria como igual. Para ele, ela era apenas mais um item a ser controlado. Um nome bonito ao lado do dele. Uma peça decorativa no palco social.
No dia seguinte, com a cabeça fria e o coração endurecido, Valentina chamou o advogado pessoal da família: Dr. Emílio Vellini, um homem experiente, discreto e que a conhecia desde criança.
— Preciso que revise o testamento do meu avô novamente — ela disse, ao encontrá-lo em seu escritório particular. — Quero saber se há alguma brecha. Algo que eu possa usar para continuar no comando da empresa sem precisar manter... esse casamento.
O advogado arqueou uma sobrancelha, surpreso.
— Ache