Valentina entrou no escritório de Dante como uma tempestade prestes a desabar. Não bateu na porta. Não pediu licença. A fúria era sua permissão.
Dante ergueu os olhos do notebook com uma expressão inabalável, mas o leve arquear da sobrancelha denunciava o incômodo.
— Precisamos conversar — ela disse, a voz fria como gelo quebrando ao meio.
— Bom dia pra você também — ele respondeu, fechando a tampa do notebook com calma. — Aconteceu algo?
— Não finja. Raul me mandou uma mensagem. Disse que foi pressionado a desistir do meu caso.
Dante apoiou os cotovelos sobre a mesa, entrelaçando os dedos.
— E foi.
— Foi você — ela acusou, sem rodeios.
— Foi o conselho. Eu apenas... incentivei a prudência. Um processo contra o testamento mancharia a imagem da empresa. Ou você não pensou nisso?
Valentina se aproximou da mesa, apoiando as mãos com força sobre ela.
— O que você tem tanto medo de perder, Dante? A presidência? A reputação? Ou o controle sobre mim?
Ele a olhou, firme, mas havia algo mais p