A garrafa de vinho já passou da metade.
Estamos sentadas no chão da sala, em volta de uma bandeja improvisada com torradinhas, queijo cortado meio torto e a luz amarelada do abajur tornando tudo mais íntimo, mais leve. Ana ri alto de alguma história antiga — provavelmente sobre a Dona Elvira tentando fugir do banho — e eu rio junto, com a cabeça encostada na parede e os pés descalços.
É bom. Quase me faz esquecer o peso nos ombros. Quase.
— Você não tem noção da saudade que eu tava de você — ela diz, servindo mais um pouco de vinho nas nossas taças. — E da sua cara quando tá irritada. Aquelas sobrancelhas arqueando igual duas espadas!
&mdas