O beijo se prolonga, e eu me afundo no sabor familiar da boca dele – café amargo e aquela ponta de hortelã do chiclete que ele sempre mastiga. Otávio segura meu rosto com aquelas mãos grandes e ásperas, os dedos calejados fazendo um contraste delicioso contra a pele do meu pescoço.
Quando nos separamos para respirar, ele mantém a testa colada na minha. Nosso ar se mistura, quente e doce.
— Marina... — O jeito que ele diz meu nome parece carregar anos de história, a voz mais grossa que o normal.
Meus dedos começam a trabalhar nos botões da camisa dele, revelando aos poucos aquele peito que eu conheço tão bem. A cicatriz na costela direita – de quando o andaime caiu na obra –, os pelos escuros que eu adora