O campo norte do castelo era envolto por uma penumbra úmida e silenciosa, quebrada apenas pelo som distante das folhas sussurrando ao vento. As tochas presas às muralhas lançavam sombras dançantes no gramado e sobre os muros de pedra cobertos por trepadeiras. O horário da troca de guarda se aproximava, e, como Clarice havia previsto, o silêncio reinava absoluto naquele canto afastado de Arkhadia.
Ela estava ali, parada sob o velho carvalho onde costumava treinar sozinha nas noites em que não conseguia dormir. O frio da madrugada não a incomodava, e o calor que sentia vinha de dentro — um fervor nervoso, inquieto, quase incômodo.
Sentiu a presença dele antes mesmo de ouvir os passos. Seu lobo era forte demais para passar despercebido. O cheiro, o peso do ar, a energia. Quando Ares surgiu entre as sombras, Clarice ergueu os olhos e o fitou por longos segundos, como se quisesse memorizar sua silhueta contra o céu noturno.
— Juro pela Deusa que pensei que não viria — ele disse com a voz b