O silêncio suave que se instalara após a saída de Kaelith foi quebrado pouco tempo depois, quando a porta do quarto se abriu mais uma vez — desta vez com uma leveza distinta, quase etérea.
Clarice ergueu os olhos, ainda em meio às reflexões profundas deixadas pela visita do rei, e viu a mulher que entrou com passos firmes, mas graciosos. Ela irradiava autoridade e serenidade ao mesmo tempo. Era alta, esguia, com cabelos cor de vinho presos em uma trança que caía por um dos ombros, adornada com fios dourados entrelaçados. Usava um vestido longo de veludo azul-escuro, bordado com símbolos lunares prateados. Seus olhos eram verdes, calmos como florestas antigas, e havia um calor em seu semblante que desconcertava pela ternura.
Mara imediatamente se endireitou, respeitosa, e curvou levemente a cabeça.
— Majestade...
Mas a rainha ergueu a mão, seus olhos marejados de emoção.
— Oh pela Deusa, você acordou minha querida... — sussurrou, cruzando o quarto sem pressa. — Não precisa de formalida