PESADELO
Deco estava no centro da rodinha, amarrado a uma cadeira velha, respirando com dificuldade. O sangue escorria do seu nariz e boca, marcas claras das sessões anteriores. Olhei pros meus parceiros – Maicon, Tiago e PH – todos prontos pra continuar. A escuridão da noite envolvia a favela, tornando o cenário ainda mais sombrio.
A sala era pequena, iluminada só por uma lâmpada pendurada no teto, que balançava levemente. O chão de cimento estava manchado de sangue, um testemunho silencioso das torturas que já tinham acontecido ali. As paredes eram descascadas, cheias de grafites e marcas de tiros.
Tinha dez homens ali presenciando a confissão que o desgraçado tava fazendo.
Traidor de merda!
Eu me aproximei de Deco, sentindo a raiva fervendo dentro de mim. Ele tinha traído a organização e, pior, passado informações pro Russo, o chefe do morro rival. Não havia perdão pra isso.
— Você acha mesmo que pode trair a gente e sair ileso, né? — minha voz era fria, cada palavra um golpe que e