Capítulo Quatro

Lila encarou a foto até seus olhos arderem. Seu polegar pairou sobre o botão de deletar, mas isso não faria o problema desaparecer. Alguém tinha prova. Alguém queria dinheiro ou influência ou sangue. Ela não sabia qual a assustava mais.

Seu telefone tocou. Rhett.

"Você recebeu uma mensagem?" Sua voz estava tensa com raiva controlada.

"Uma foto de nós. Eles querem dinheiro." Suas mãos tremiam enquanto ela falava. "Como você soube?"

"Porque eu também recebi uma. Foto diferente, mesma ameaça." Ela ouviu vento e barulho de motor. Ele estava dirigindo para algum lugar rápido. "Não responda. Não pague nada a eles. Vou lidar com isso."

"Como?"

"Você não quer saber a resposta para essa pergunta."

"Concordamos com honestidade, lembra?" Lila saiu de seu carro, examinando a rua procurando aquele sedan branco. "O que você vai fazer?"

Rhett ficou quieto por um momento. "Vou descobrir quem é estúpido o suficiente para chantagear a filha do chefe de polícia e o VP dos Iron Serpents. Então vou ter uma conversa muito desagradável com eles."

"Você quer dizer que vai machucá-los."

"Quero dizer que vou garantir que nunca mais te ameacem." Sua voz suavizou ligeiramente. "Este é o meu mundo, Lila. Deixe-me te proteger das formas que eu sei."

"Isso é minha culpa. Não deveria ter te encontrado no restaurante em público."

"Pare. Isso não é culpa sua." Ela o ouviu reduzir a marcha, virando em algum lugar. "Alguém está te seguindo desde antes de nos conhecermos. Aquelas fotos do estacionamento da faculdade? Isso não foi aleatório. Alguém queria influência sobre seu pai e viu uma oportunidade."

A realização a atingiu como água fria. "Você acha que isso é sobre meu pai? Não sobre nós?"

"Acho que alguém quer destruir Thomas Williams, e você é o alvo mais fácil." Rhett exalou bruscamente. "O que significa que você está em mais perigo do que eu pensava. Preciso ir. Não saia de casa até eu te ligar de volta."

Ele desligou antes que ela pudesse argumentar.

Lila entrou para encontrar seu pai na cozinha, ainda de uniforme, esquentando sobras no micro-ondas. Ele parecia exausto, olheiras escuras sob seus olhos que não estavam lá um mês atrás.

"Você está em casa cedo," ele disse sem se virar.

"A aula foi cancelada." Outra mentira. Estavam vindo mais fáceis agora. "Você está bem? Parece cansado."

"Dia longo. Recebemos uma dica sobre um carregamento de drogas chegando pelo território dos Iron Serpents hoje à noite. Vou voltar em uma hora para coordenar a batida." Ele finalmente olhou para ela, e sua expressão suavizou ao ver seu rosto machucado. "Como você está se sentindo?"

"Melhor." Ela serviu água para evitar contato visual. "Você tem que ir? Tem trabalhado dezoito horas por dia a semana toda."

"Isso é importante. Se conseguirmos conectar os Serpents a este carregamento, posso finalmente fechar aquele complexo." Ele se sentou à mesa com sua comida reaquecida. "Eles têm envenenado esta cidade por anos. Hoje à noite, provamos isso."

O estômago de Lila se revirou. Se seu pai invadisse o complexo hoje à noite, pessoas se machucariam. Talvez morressem. E se alguém lhe enviasse aquela foto antes da batida...

"Pai, e se você estiver errado sobre eles?" As palavras saíram antes que ela pudesse detê-las. "E se o MC não estiver por trás das drogas?"

O garfo de Thomas pausou no meio do caminho até sua boca. "De onde isso está vindo?"

"Eu só... você parece tão focado neles que talvez esteja perdendo outras possibilidades." Ela escolheu suas palavras cuidadosamente. "Você sempre me ensinou a considerar todas as evidências antes de fazer conclusões."

"Tenho todas as evidências que preciso. Os Serpents são criminosos, Lila. Eles podem fingir que administram negócios legítimos, mas por baixo, são podres." Sua voz endureceu. "E não vou descansar até que cada um deles esteja atrás das grades ou expulso da minha cidade."

O veneno em seu tom a fez estremecer. Isso não era justiça. Era obsessão.

Seu telefone vibrou em seu bolso. Ela ignorou.

"Marcus me ligou hoje," Thomas continuou. "Ele está preocupado com você. Diz que você tem estado distante ultimamente, não retornando suas ligações."

"Tenho estado ocupada com a escola."

"Ele quer te levar para jantar amanhã à noite. Eu disse a ele que você iria." A expressão de Thomas não deixava espaço para discussão. "Ele é um bom homem, Lila. Estável. Seguro. Exatamente o que você precisa."

"E se ele não for o que eu quero?"

A pergunta pairou no ar como fumaça. Thomas baixou seu garfo lentamente, estudando-a com a mesma intensidade que usava em suspeitos.

"O que você quer?" ele perguntou cuidadosamente.

Ser livre. Fazer minhas próprias escolhas. Ver onde essa coisa perigosa com Rhett leva, mesmo que me apavore.

"Ainda não sei," ela disse em vez disso. "Mas gostaria de ter a chance de descobrir sem que todos estejam planejando minha vida para mim."

"Sou seu pai. Planejar seu futuro é meu trabalho."

"Tenho vinte e dois anos. Em algum momento, isso se torna meu trabalho."

Thomas se levantou abruptamente, sua cadeira raspando no chão. "Não vamos ter essa conversa agora. Você vai jantar com Marcus amanhã, e vai parar de questionar cada decisão que tomo pelo seu bem-estar." Ele pegou suas chaves e jaqueta. "Tenho que ir. Tranque as portas atrás de mim."

Ele saiu sem outra palavra, e Lila sentiu as paredes se fechando mais apertado.

Ela puxou seu telefone. Três mensagens de Rhett.

*Encontrei o carro. Registrado para um investigador particular chamado Dale Cooper. Alguém o contratou para te seguir.*

*Cooper diz que está te seguindo há duas semanas. Fotografando onde quer que você vá, todos que você encontra.*

*Ele não quis dizer quem o contratou. Estou trabalhando para mudar sua opinião.*

O sangue de Lila congelou. Duas semanas significava que quem quer que quisesse aquelas fotos estava planejando isso antes mesmo de ela conhecer Rhett. O que significava que Rhett estava certo—isso era sobre seu pai, não sobre o relacionamento deles.

Ela digitou rapidamente. *Meu pai vai invadir seu complexo hoje à noite. Ele acha que há um carregamento de drogas.*

A resposta veio imediatamente. *Merda. Que horas?*

*Ele não disse. Só que está acontecendo hoje à noite.*

*Isso é uma armadilha. Não há carregamento. Alguém está alimentando seu pai com informações falsas para colocar policiais e o MC no mesmo lugar.*

Compreensão caiu sobre ela. *As fotos. Quem quer que tenha contratado o PI quer uma guerra.*

*Sim. E se seu pai aparecer no complexo com armas, vai conseguir uma. Preciso avisar Jax.*

*Tenha cuidado.*

*Sempre tenho. Fique dentro de casa. Vou te ligar quando souber mais.*

Lila andou de um lado para o outro em sua sala por vinte minutos antes de seu telefone tocar novamente. Não era Rhett. Marcus.

Ela quase recusou, mas atender poderia afastar suspeitas.

"Oi," ela disse, tentando soar normal.

"Finalmente. Estive te ligando o dia todo." A voz de Marcus carregava uma tensão que ela não gostou. "Onde você estava no almoço? Passei pela faculdade, mas Maya disse que você já tinha ido embora."

"Tive que resolver algumas coisas."

"Que tipo de coisas?"

A pergunta foi casual, mas algo por baixo parecia errado. Possessivo. Controlador.

"Pessoais," Lila disse cuidadosamente. "Por que importa?"

"Importa porque você é minha namorada e eu gosto de saber onde você está." Seu tom mudou para algo mais suave, mais manipulador. "Me preocupo com você, especialmente depois do que aconteceu ontem à noite. Seu pai me contou sobre o ataque. Você deveria ter me ligado."

"Liguei para meu pai."

"Eu poderia ter chegado mais rápido. Poderia ter te protegido." Uma pausa. "Na verdade, tenho pensado. Talvez você devesse se mudar comigo. Só temporariamente, até as coisas se acalmarem. Você estaria mais segura."

O aperto de Lila apertou no telefone. "Não vou me mudar com você, Marcus."

"Por que não? Estamos namorando há seis meses. É o próximo passo natural."

"Porque eu não quero." As palavras saíram mais afiadas do que o pretendido. "E seis meses não é tanto tempo assim."

O silêncio se estendeu entre eles, tenso e desconfortável.

"Você está terminando comigo?" Marcus perguntou finalmente, sua voz ficando fria.

"Acho que precisamos conversar sobre para onde isso está indo. Mas não pelo telefone."

"Amanhã então. Jantar. Seu pai já disse que você iria." Não era um pedido. "Podemos discutir nosso futuro. Todo ele."

Ele desligou antes que ela pudesse responder, e Lila se sentiu enjoada. As paredes não estavam apenas se fechando—estavam a esmagando.

Seu telefone vibrou. Número desconhecido novamente.

Outra foto. Esta mostrava Rhett prensando o PI contra uma parede, seu rosto contorcido em raiva. Abaixo dela, uma mensagem.

*$50.000 até meia-noite de amanhã ou essas fotos vão para o Chefe Williams. Além disso, você pode querer perguntar ao seu namorado o que ele está fazendo com aquele pobre investigador. Você tem certeza de que sabe quem está protegendo?*

As mãos de Lila tremiam enquanto ela mandava mensagem para Rhett. *Enviaram outra foto. De você com o PI. Querem cinquenta mil dólares.*

*Não pague nada a eles. Isso é um jogo. Eles querem você assustada.*

*Está funcionando.*

*Lila. Olhe para mim.* Como se ele pudesse ver através do telefone. *Vou consertar isso. Prometo. Ninguém vai te machucar.*

*E quanto ao meu pai? E quanto à batida?*

*Jax está cancelando. Movendo todos para uma casa segura até descobrirmos quem está puxando os fios.*

*E o PI?*

Uma pausa mais longa. *Ele está vivo. Desconfortável, mas vivo. Ele vai me dizer quem o contratou eventualmente.*

Ela queria perguntar o que "desconfortável" significava, mas lembrou dos avisos de Maya sobre o que Viper fazia quando o clube precisava de respostas. Este era o homem por quem ela estava se apaixonando—alguém capaz de violência que ela só podia imaginar.

*Estou com medo,* ela digitou honestamente.

*Eu também. Mas não deles. Tenho medo do que eu faria se alguém te machucasse.*

A confissão fez seu peito doer. Ela o conhecia há menos de vinte e quatro horas, mas algo fundamental havia mudado. Eles estavam nisso juntos agora, para melhor ou pior.

Um carro entrou em sua garagem. Não era a viatura de seu pai. Um SUV preto com vidros escuros.

O coração de Lila martelou enquanto ela observava dois homens de terno saírem e se aproximarem de sua porta da frente.

*Alguém está aqui,* ela mandou mensagem para Rhett. *Dois homens. Não os reconheço.*

*Não abra a porta. Estou a dez minutos de distância.*

A campainha tocou.

Então seu telefone vibrou com uma nova mensagem do chantagista.

*Atenda a porta, Lila. Hora de discutir os termos pessoalmente.*

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