Levanto do sofá redondo quase num pulo.
O silêncio é pura agonia enquanto Samiel atravessa as portas do salão. Sangue mancha os dedos e a blusa rasgada dele, mas é o seu olhar que me congela — tão cheio de ironia e violência que trava meu oxigênio.
E, de uma forma distorcida e doentia, é justamente esse olhar que me traz um alívio que deveria ser impossível.
“Mais força da natureza do que alma” — como Zara disse.
Essa "força da natureza" veio por minha causa. E eu tenho certeza que ninguém aqui vai conseguir impedir que ele me leve.
Solto o ar todo pela boca e meu corpo finalmente consegue relaxar um pouco.
Azrion não se levanta. Só estica o braço pelo encosto do sofá, preguiçoso:
— Eu peço desculpas se meus guardas não foram educados com você — diz, sarcástico.
Samiel mostra as palmas cheias de manchas vermelhas, como se fossem um troféu.
— Você precisa parar de treinar o seu pessoal para derrubar só Sentinelas, Azrion, eles precisam aprender a lidar com gente grande.
O mestre s