O quarto é enorme, frio, de pedra, como tudo que eu vi nesta mansão. E sugam o calor da gente. Os móveis, em estilo gótico, parecem perdidos, tão espaçados que qualquer barulho cria eco no ambiente.
Eu sinto falta de paredes perto da cama, me protegendo, de tetos mais baixos. Lugares pequenos me fazem respirar. Aqui, o que eu sinto é o contrário: tudo é uma ameaça.
Respiro fundo e pisco para o lustre no teto mais uma vez, como tenho feito pela última meia hora — desde que me acomodaram neste quarto — quando uma batida na porta faz meu corpo tremer.
Abro a porta e dou de cara com os cabelos ruivos de Ariella presos em um rabo de cavalo alto e elegante. Combinam com o vestido vermelho que ela usa agora, e eu nem sei como essa mulher pode ter se arrumado tão rápido.
— Vista isso — me entrega um cabide e uma caixa de sapatos. Não gosto do sorriso que escapa no canto da sua boca. Não gosto de nada nela, e, de alguma forma, eu sinto que ela também não gosta de mim.
É um vestido curto — muit