O homem na minha frente me encara com olhos apreensivos, metade do corpo sentado em uma mesa de mogno enorme, enquanto eu conto tudo que eu sei sobre a noite. Seu nome é Samiel, mas eu ainda não entendi bem qual a natureza da nossa relação.
Estamos no que ele chama de escritório, mas parece o lounge de um bar dentro de outro bar, e eu calço as botas que parecem um número abaixo do meu — botas sujas e cheias de pó por dentro.
— Faz sentido que Volkov seja o seu pai, sua mãe se refugiou entre eles quando… — ele para de falar, como se tivesse mudado de ideia sobre me contar alguma coisa.
— Eu não sou uma pessoa religiosa, mas sei que os padres deveriam ajudar as pessoas. Não matar. — Então, minha voz fica um pouco embargada. — Mesmo que eu seja uma vergonha para ele.
Ele ameaça levar uma mão até o meu rosto, mas trava o movimento no meio do caminho. Seu tom de repente fica suave.
— Eles são padres diferentes, Lexi. — Suspira, parecendo estar acordado há uma semana inteira. — Você tomou