C 86 - SAMIEL - ACABOU.
Basta que eu diga “sim”. E nada mais desse desespero, nunca mais sentir que é difícil respirar só por estar longe de uma pessoa, como eu senti quando estive preso pelo conselho.
Ser dono de mim mesmo de novo.
E então, vem o sorriso dela, a gargalhada. Fecho os punhos e vejo seu rosto perfeito — a respiração leve, dormindo no meu peito… exigindo tão pouco de mim, quando eu seria capaz até de gelar a porra do inferno se ela pedisse.
“...você nunca vai ser um pecado. Não para mim. O que quer que tenha te trazido para esse mundo… eu fico feliz que tenha existido”, foi o que ela me disse.
E pela primeira vez na vida o vazio que eu sempre senti no peito, sumiu. Foi ela que preencheu.
Quando Arielle me chamou de estraga-prazeres, dizendo que eu mudei e que não gostaria de estar no meu lugar, eu deveria ter dito para ela que antes da Alexia eu não era ninguém de verdade, sem propósito nenhum na vida.
E que nenhuma droga, nenhuma bebida, nenhuma mulher — nem cinco ou dez delas ao mesmo tempo