O pontinho

Capítulo 158

Rúbia

— Eu não vou dar divórcio porra nenhuma. Vou conversar com o chefe. Nem crie ilusões. — Respondeu com certa tranquilidade que me deu nos nervos.

— Não quero alguém que me trata como vadia, traidora e dissimulada. Passo. Não preciso de um homem pra isso.

Ele engoliu seco, desviou os olhos e abriu a porta para mim, num gesto automático.

— A Mia vai ficar aqui? — perguntou, tentando vestir normalidade.

— Vai.

Saí, desci os degraus. Ele me acompanhou em silêncio até o carro. Sentei, ajeitei o cinto. O perfume dele me alcançou como memória de um lugar que não existe mais.

A rua seguiu reta, e o nosso silêncio, torto.

— Eu quero que você volte pra casa — ele soltou, finalmente, com a voz baixa, as mãos firmes no volante.

— Não. Eu não vou voltar. — Falei.

Ele parou no semáforo e virou pra mim.

— Vamos esquecer isso. Ok? É só você voltar e pronto. Sinto falta de vocês.

— Não é simples assim. — Ele olhou rápido pra mim, depois voltou para a pista, arrancando o carro.

— N
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