Capítulo 49

O chão frio de concreto parecia sugar o calor do corpo de Natalie. As cordas apertavam seus pulsos, as mãos formigando, e o gosto metálico de sangue ainda pairava em sua boca, onde a fita adesiva tinha sido removida há pouco.

Ela estava sentada em um canto da sala, os joelhos encolhidos, as costas contra a parede úmida. As luzes do teto piscavam de vez em quando, criando um ambiente ainda mais sufocante e claustrofóbico.

O relógio na parede seguia sua contagem cruel: 05:47:32.

Cada segundo que passava era um lembrete. Ele estava vindo. Alejandro viria. Ela precisava acreditar nisso.

Mas o medo… o medo já tinha se infiltrado, frio como lâmina na pele.

A porta metálica se abriu com um rangido áspero.

Tiburón entrou.

O sorriso dele era largo, quase teatral, enquanto caminhava até ela. O cheiro de cigarro e perfume barato impregnava o ar, mas o que mais incomodava era aquele olhar. Um olhar de quem se diverte com o sofrimento alheio.

— Você tem um espírito forte, linda… isso me dá
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