O som da chuva fina batendo contra a janela dava à manhã um tom quase melancólico. Alejandro estava na varanda, coberto por um moletom escuro, observando o céu carregado. Mesmo com os pontos ainda doloridos, fazia questão de caminhar um pouco todos os dias — parte da recuperação física, parte da preparação mental.
Lá dentro, Natalie brincava com Amaya no tapete da sala. A pequena já conseguia montar torres com blocos de plástico e dizia “quebra!” antes de derrubar tudo, entre risadinhas. Aquelas pequenas conquistas traziam uma sensação doce de normalidade… mas era apenas ilusão. Eles sabiam disso.
— Ela tá ficando cada vez mais falante — comentou Alejandro, voltando para dentro e se sentando com cuidado no sofá.
— Daqui a pouco tá discutindo comigo, igual você — brincou Natalie, entregando um bloquinho para Amaya.
— "Papá!" — disse a menina, apontando o bloquinho azul para ele.
— Sim, mi reina — sorriu Alejandro, pegando o bloquinho da mãozinha dela. — Papá.
O momento foi