A recuperação de Alejandro foi lenta, mas firme. Cada dia era uma pequena vitória — e ele as contava com a mesma precisão com que costumava contar as balas em um carregador. O corpo ainda doía, os pontos limitavam seus movimentos, mas sua mente permanecia afiada. Vigilante. Como sempre.
Natalie havia voltado para casa com Amaya dois dias após a cirurgia, quando os médicos confirmaram que ele não corria mais risco de vida. Clara, que antes ajudava nos cuidados, precisou retornar aos plantões no hospital. Natalie agora se dedicava integralmente à filha — e à vigilância. Alejandro havia plantado um medo silencioso dentro dela com aquela promessa de acabar com a guerra. E ela sabia o que isso significava.
A manhã estava clara quando o carro de Malu parou em frente à casa. Natalie viu pela janela e sorriu ao descer com Amaya nos braços. A pequena Isadora saiu correndo do banco traseiro, os cabelos soltos balançando, o rosto animado depois de dias longe.
— Tia Naty! — gritou Isadora,